Comecei a ler o famoso livro 50 Tons de Cinza por
pura curiosidade. Tem tanta gente que ama, e tanta gente que odeia que eu
fiquei na dúvida se compraria esse livro. Li tantas críticas ruins, que achei
que não valeria a pena. Pois bem, eis que um belo dia no facebook li alguma
coisa sobre “gravata cinza”, e como eu detesto ser a pessoa que não entende a
piada, resolvi ler o livro, para entender.
Obs. Nesta resenha me refiro a apenas o 1º livro da
série, pois ainda não li os demais.
Minha opinião: O livro NÃO é ruim. É um livro
erótico, ou um “romance hot”, então quem não gosta desse gênero é melhor não
ler. Mas na verdade não achei nada de absurdo nele. Como todos sabem o tal de Christian
Grey é um multibilionário que pertence ao mundo BDSM, o qual me abstenho de comentar, mas se você quer saber melhor clica na sigla e dá uma olhada na Wikipedia e Anastácia é uma moça meio ingênua. Eu esperava realmente cenas intensas
de sexo com chicotes, surras e essas coisas. Estava preparada para pular
algumas páginas desinteressantes (para mim), mas nada disso aconteceu. Não
achei um livro pesado, não mesmo. E comparando ao total do livro, as cenas de
BDSM são poucas. A história gira em torno do casal Anastácia e Grey, e é
narrada em primeira pessoa pela protagonista. Os personagens secundários são
poucos e só aparecem para dar suporte aos principais.
O
que eu achei legal?
1 - A Anastácia não é uma mocinha perfeita, como em
tantos livros por aí. Ela não é rica, é
insegura e nem é a mulher mais linda do mundo, isso fica claro. Ela tem cabelos
cacheados e rebeldes, e é toda estabanada. Aliás, quando ela conhece o “mocinho”,
paga um mico terrível, tropeça, caí, faz tudo errado. Me diverti bastante com
ela.
2 – A linguagem usada é bem “usual”, digamos. A
tradução não tentou suavizar o livro retirando os palavrões. Eles estão lá, onde
deveriam estar, e volta e meia a Anastácia solta um “puta merda” mental.
3 – Eles se comunicam por e-mail e por mensagem de
texto no celular. Está tudo lá presente no livro, mostrando inclusive como é
mais fácil escrever do que falar algumas coisas. Deixando tudo mais real.
4 – Ela (Anastácia) discute com seu subconsciente,
como qualquer pessoa real.
5 – O final é bacana, não cai na mesmice.
O
que não gostei:
1 – Do meio para o final a Anastácia fica chata, querendo
saber incansavelmente sobre as ex dele, e isso irrita a gente, porque é claro
que ele fica bravo com isso, e ela acaba estragando as coisas, várias vezes.
Mas quem nunca deu uma de chata, que atire a primeira pedra.
2 – A autora repete demais algumas coisas. Eu
pensava: caramba, eu já entendi isso, não precisa ficar repetindo, - e de repente
estava lá de novo a mesma frase. Exemplo, como as calças caem bem sobre os
quadris dele, ela repete isso incansavelmente, e é chato.
3 – A nossa protagonista passa 90% do tempo,
corando, ficando vermelha ou ruborizando. Ela ruboriza com tudo: palavras,
ações, pensamento, olhares... ela ruboriza demais. E isso fica muito chato.
4 – Ela se refere demais a uma tal de “Deusa
interior”, que ao meu entender é, tipo, o lado mais feminino dela, um outro subconsciente que domina seu lado
sexual, mais ou menos isso, seria legal se ela não repetisse tanto.
Enfim, eu até que gostei do livro, é um romance e eu gosto de romances. Está longe de ser o livro perfeito, mas é bem bacana. Acho que muita gente julga, por que se acha superior demais para gostar de best sellers. Eu não vejo motivos para que esse livro seja um, mas sabemos muito bem que isso tem muita mais a ver com marketing (e sorte) do que com qualidade de escrita. Há tantos livros bons que nunca entraram na lista de best seller. Com certeza 50 Tons de Cinza não é o melhor, mas também não é o pior dessa tal lista!
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