Interessante também é que, é um terceiro narrando a história de um assassinato, e nem ele sabe direito o que acontece, o que nos dá margem para fantasiar sobre os motivos... as pessoas. O que teria feito aquele homem para merecer esse destino? E os 4 homens de poncho e chapéu vieram de onde? Estavam vingando a honra? Foram apenas contratados? E os habitantes do povoado, "silenciam por medo", por certo já conheciam a fama do homem? ou dos cavaleiros?
Por outro lado se tomarmos a letra por um plano geral, podemos observar a questão de que as pessoas não querem se envolver nos problemas das outras... e por aí vai.
Ritmo: Chamamé
Quem eu ouço cantando: Luiz Marenco e Gustavo Teixeira
Trecho preferido:
"Traziam fios de adagas, e silêncios pra entregar...
-Era um gateado e três baios, foi o que deu pra enxergar!"
OS SILÊNCIOS DAS JANELAS DO POVOADO
Era um fim de dia quieto pra quem quisesse ouvi-lo
Apesar do céu sangrando, alguns mateavam tranquilos.
Foi quando cascos nas pedras, e constâncias de esporas
Quebraram o calmo das casas, chamando olhares pra fora.
Iam adentrando o povoado. Quatro homens bem montados
Três baios de cabos-negros. Bem à direita um gateado.
Ponchos negros sobre os ombros. Chapéus batidos na face
Silhuetas desconhecidas, pra qualquer um que olhasse.
Traziam vozes de mandos, nas suas bocas cerradas
E aparecendo nos ponchos pontas de adagas afiadas.
Olhavam sempre por perto até mirarem um "ranchito"
E sofrenarem os cavalo, onde um apeou solito.
Primeiro um rangido fraco, depois um grito "prendido"
E a intenção da adaga tinha mostrado sentido.
E os quatro em seus silêncios voltaram no mesmo tranco
Deixando junto a soleira vermelho num lenço branco.
Era mais um que ficava. Depois que os quatro partiam.
Por certo em baixo dos ponchos. Algum mandado traziam.
Traziam fios de adagas, e silêncios pra entregar...
- Era um gateado e três baios, foi o que deu pra enxergar!!
Ninguém sabe, ninguém viu, notícias viram depois.
Alguém firmava na adaga só não se sabe quem foi.
E o povoado segue o mesmo, dormindo sempre mais cedo
Dormem ouvindo o silêncio e silenciam por medo.
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