31 de março de 2011

Canyons - São José dos Ausentes (parte2)

Pra guardar na memória


Depois de uma breve caminhada debaixo de chuva e pisando pelos banhados chegamos ao alto do Pico do Monte Negro, a 1.403 metros de altitude.
Que lugar maravilhoso!
Ainda estou sem palavras para descrever a grandiosidade do local.
Existem momentos que queremos imortalizar, e geralmente fazemos isso tirando fotos ou filmando, ali debaixo de chuva, as fotos não poderiam traduzir a satisfação de estar diante de uma vista tão linda, mas o momento era pra ser imortalizado, portanto era só admirar a paisagem que parecia ter sido esculpida, desenhada milimetricamente por mãos hábeis. Olhar com calma e paciência cada detalhe, guardar nas retinas o campo, o precipício e o pico lá do outro lado, o imenso paredão de pedras, uma corrente d’água escorrendo tranqüila no meio do morro lá longe.
Olhar com atenção e guardar na memória, lá no baú de recuerdos insubstituíveis.
A chuva ajudada pelo vento batia com tanta força que machucava. As roupas encharcadas, o guarda-chuva virado do avesso pelo vento, nada disso tinha muita importância porque a paisagem compensava o sacrifício.
Nessas horas, diante de lugares inexplicáveis assim, que compreendemos que não precisamos de muito para sermos felizes, que dinheiro nenhum compraria uma obra grandiosa como aquela feita pelas mãos de Deus, compreendemos que realmente a felicidade pode morar nas coisas simples da vida.
Fiquei ali por um tempo olhando, tentando acreditar que era tudo de verdade, criei coragem e cheguei à beira do precipício, com muito medo de uma rajada de vento me jogar perau abaixo, porque o vento estava medonho, mas eu precisava olhar tudo.
Caminhamos para o outro lado do canyon, a vista de lá era ainda mais bonita, mais uma vez fiquei olhando atentamente, para guardar todos os detalhes. Que medo de perder essas lembranças!
A chuva estava piorando e machucando cada vez mais, tivemos que voltar, deixar aquele lugar lindo, parecia um ambiente meio que de sonho, aqueles sonhos confusos que quando acordamos não lembramos direito, esse era o cenário. Chuva, nuvens, precipícios, a cerração que já tornava difícil enxergar do outro lado da montanha.
Voltamos, ainda tivemos que passar pelo riacho que já cobria a estrada, água era o que não faltava, caía dos barrancos pelo caminho, como se estivesse sendo filtrada.
Gracias a quem me fez o convite, foi uma linda e extraordinária experiência, pra ficar guardada em fotos, vídeos e principalmente no baú de recuerdos da memória.

Alva Gonçalves
31/03/2011












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