30 de abril de 2014

Ler e Morrer - Crônica no site Homo Literatus

O tempo está curto, está difícil de sentar tranquila e escrever as postagens do jeito que eu quero, mas hoje não podia deixar passar. Li uma crônica no site homoliteratus e me senti... assim... compreendida!
A crônica em questão chama-se: Ler e Morrer, e foi escrita pela Cláudia De Villar.
E casa tão bem com o que a gente sente quando termina um bom livro maravilhoso, que precisava compartilhar com vocês.
Estou assim, com medo de morrer, porque estou completamente apaixonada pela série Irmandade da Adaga Negra de J.R. Ward, e estou só no 3º livro (Li: Amante Sombrio, Amante Eterno e agora estou em Amante Desperto, que é o guerreiro que eu mais gostei desde o início, Zsadist). E quando li a crônica entendi o que me espera quando acabar... a morte. Nessa série a morte vem lentamente, aos poucos. Morre-se um pouquinho a cada livro terminado, sei que no final da série minha morte será bem trágica, vai ser difícil renascer dessa vez.
"Como se aquele livro tivesse roubado a sua alma. Nesse instante, você não vê graça em mais nada. Nem na balada, nem no chopinho ao final da tarde, nem no papo solto com aquele amigo. Nada. Você sabe que nada será tão impactante quanto aquelas palavras lidas naquele livro. Portanto, nada mais restará senão a morte literária.Então você morre. Enterra-se dentro de casa. Vive o luto da obra. Chora as lágrimas da solidão. Sente-se vazio. Sente-se frio. Sente-se morto. Literalmente morto. “Literaturamente” morto."
Não é mesmo assim? O que ela escreveu não é perfeito?




 Segue a crônica:

Ler e Morrer
Após ler aquele último parágrafo, a vontade era de morrer. Era um livro assassino. O livro mais mortal que eu já havia lido. Não haveria outra saída, senão a morte. Decidi que a morte era a melhor solução naquele momento. Sei que muitos dirão que sou dramática. Vocês têm razão. Tenho uma veia artística dentro de mim. Mas o suicídio era certo. Acabaria a minha atuação aqui na terra. O palco seria território do meu velório.
Depois da leitura daquele livro, eu não suportaria mais viver. Respirar seria impossível. Coisas comuns como sair com a galera, comer uma pizza, tomar um chope ao final da sexta-feira não teriam mais graça. O livro foi o culpado. O livro me livrou da vida terrestre. O livro me livrou do meu passado, do meu presente e o que seria do meu futuro? A morte. A terra fria. O caixão duro. As lembranças vazias. As lágrimas das tias. Eu, obrigatoriamente, teria que morrer.
Vai dizer que você nunca se sentiu assim? Vivo-morto. Um zumbi. Um corpo sem sangue, sem coração, sem cérebro. Um morto? Vai dizer que você nunca leu um livro tão impactante que, após ler a última frase e fechá-lo, sentiu-se vazio. Como se nenhuma outra leitura fosse substituir aquela obra. Como se tudo que você tivesse lido até aquele momento tornara-se simples. Como se aquele autor tivesse lido a sua alma. Ou pior… Como se aquele livro tivesse roubado a sua alma. Nesse instante, você não vê graça em mais nada. Nem na balada, nem no chopinho ao final da tarde, nem no papo solto com aquele amigo. Nada. Você sabe que nada será tão impactante quanto aquelas palavras lidas naquele livro. Portanto, nada mais restará senão a morte literária.
Então você morre. Enterra-se dentro de casa. Vive o luto da obra. Chora as lágrimas da solidão. Sente-se vazio. Sente-se frio. Sente-se morto. Literalmente morto. “Literaturamente” morto.
Mas, há vida após a morte. Alguém vem e te oferece um livro amigo. Você olha e desconfia. Toca e sente a textura do livro. Vai se deixando cativar. E, um novo ciclo se inicia. É a renovação. É o renascimento. E uma luz no fim do túnel aparece. E você volta das cinzas.

Cláudia De Villar - http://homoliteratus.com/ler-e-morrer/#comment-5052

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