12 de maio de 2009

Mulher Mocinha

Encontrei esses dois textos de Claudia Matarazzo no site Vila Mulher ( http://vilamulher.terra.com.br) e adorei, apesar de serem do ano passado são ótimos!

Você conhece alguma mulher mocinha?
20/05/2008 18h35
Por Claudia Matarazzo

“As mulheres metem medo nos homens” e “não há mais homens de verdade no mercado”. Essas duas afirmações demonstram claramente o curto-circuito que anda minando a boa comunicação entre os sexos.Que as mulheres metem medo nos homens não resta menor dúvida. Porém, discordo de quem diz que os homens que valham a pena estão em extinção.O que sumiu da praça, já que estamos falando nisso, são as mocinhas. Lembra daquela mocinha dos filmes, tonta de tudo, atrapalhada, mas linda que precisava de ajuda até para tomar um copo de água com açúcar, mas que, no final, acabava sempre aos beijos com o bonitão da vez?O sujeito aliás era sempre muito amigo das espertas do pedaço, mas na hora de se apaixonar, ficar de quatro e oferecer a boiada toda além do coração, era para a mocinha que ele corria.“Mocinhas estão fora de moda” – você deve estar pensando. Pode até ser. Pelo menos aquela dos filmes não existe mais, pois as mulheres ficaram tão mais espertas e independentes que é difícil imaginar alguma com aquele jeitão de ingênua indefesa.Mas pode ter certeza que é daquelas que os homens sentem saudade. Ou pelo menos aqueles em quem você pensa que ainda vale a pena investir (para usar o termo corrente). O problema é que mulher que conquistou todos estes direitos que gostamos de alardear se transformou num mistura aterrorizante e em uma caricatura do que poderia ser a força feminina. Ultimamente, apelidos como cachorras, popozudas e outros igualmente não elogiosos ao nosso gênero mostram bem as armadilhas visuais nas quais acabamos caindo. Do ponto de vista conceitual extrapolamos e distorcemos completamente o sentido de independência com atitudes que chegam a ser ofensivas para os homens.Quer um exemplo? Conheço várias mulheres que, em um primeiro encontro com alguém, preferem marcar o local e ir com os seus próprios carros. Assim, no caso de não gostarem do rumo da conversa ou conforme o comportamento do sujeito em questão, sentem-se livres para voltar para suas casas efetuando uma rápida saída pela direita.Espertas e modernas não? Não. Eu diria que são precipitadas e arrogantes. Arrogantes por pressupor que apenas elas podem não gostar da companhia e arvorar-se o direito de julgar no intervalo que dura um jantar, um café ou um happy hour se a coisa tem futuro.E precipitadas porque se até Deus fez o mundo em sete dias, que mal há em dar outras chances, não a pessoa em si, mas ao vínculo que pode ou não se formar e que pode se transformar em amizade, tesão ou parceria profissional... Por que cortar de cara algo que, se não funcionar como romance ou sexo pode se adequar lindamente a tantos outros propósitos?Ao rotular e descartar os homens dessa maneira rasa as mulheres estão perdendo o melhor da festa, pois nas últimas décadas eles também mudaram e para melhor! E nos apresentam aspectos encantadores, importantes para explorar e conhecer. Mas não temos dado a eles essa chance, tão imbuídas estamos em manter nossa postura de poder.E aí metemos medo mesmo. E não entendemos como aquele sujeito que parecia tão inteligente acabou preferindo uma biscate com cara de boneca e jeitão sonso parecida com aquelas heroínas de filme de antigamente.Pois é. Mas você é uma mulher moderna e não vai dar para fingir que é tonta se é tão esperta. Pois vou te contar uma coisa: as mulheres de antigamente eram até mais espertas que nós (afinal foram elas que conseguiram furar uma série de bloqueios masculinos e são responsáveis por grande parte das nossas conquistas). E, de tão espertas, fingiam que eram menos capazes e frágeis. Viviam precisando dos homens (mas só daqueles a quem interessava) que sempre acudiam solícitos e encantados. E acabavam literalmente comendo na mão delas.Ok, eu sei. Você não precisa de nada disso. Viaja sozinha, paga suas próprias contas, ganha seu salário, cria seus filhos sem a ajuda do pai... Melhor ainda. Porém o fato de ser capaz de fazer tudo isso não quer dizer que esta seja uma situação ideal. Se tantas estão reclamando de falta de homem na praça é porque provavelmente andam querendo uma boa companhia masculina para partilhar todas estas delícias. Taí um bom motivo para fingir melhor e se divertir em vez de querer provar a ferro e fogo o quanto você pode decidir. Afinal de contas, sempre pudemos.

Sexy agora é brega
05/08/2008

Por Claudia Matarazzo em http://vilamulher.terra.com.br

Há pouco tempo atrás comentei numa festa que finalmente as tendências da indústria da moda apontam para um corpo mais coberto – ou seja, para a sensualidade adivinhada e não exposta e óbvia como vem acontecendo nas últimas décadas.
Várias pessoas se manifestaram querendo saber como é isso. Pois é: estamos tão desacostumadas ao exercício de seduzir com sutileza que nem sabemos mais como é que é. Mas Marilyn Monroe um dos ícones de sensualidade do cinema e do século 20 sabia. Ela dizia que o corpo era pra ser visto e não para ser coberto. E sabia como ninguém mostrá-lo. Só que a sua idéia de mostrar o corpo era muito diferente da das popozudas e cachorras de hoje – daí seu sucesso retumbante.
Ela sabia que a questão não era mostrar, mas descobrir o corpo da maneira certa. O seja: é para ser só um pouquinho. É para ser com muita parcimônia, regulando aquele pedaço de pele que vai se exibido. É para ser uma parte por vez: pernas, colo, barriga ou braços. Jamais mostrar tudo junto. É para ser mostrado apenas o que está suuuper em ordem. Senão recorre-se a transparências.
E finalmente é para mostrar e descobrir seu corpo idealmente “sob medida” O que quer dizer isso? Que você vai medir, e calcular com cuidado o que vai mostrar. E não confiar em decotes e fendas oferecidos pela loja onde comprou a peça. Vai adequá-los ao seu corpo pra valorizar o que mostra, jamais expondo-o demais desnecessariamente.
Pois é. Quem disse que descobrir o corpo é fácil? Que o diga Rita Hayworth outra mulher deslumbrante que até hoje faz os marmanjos suspirarem enquanto faz um strip tease de longos minutos na tela apenas para tirar... adivinhem - uma única luva!
Sexy é brega! Está decretado por todos os desfiles vistos no último São Paulo Fashion Week: os estilistas decretaram guerra ao estilo gostosa popozuda. Agora roupas declaradamente sensuais passaram a ser, digamos... mal vistas.
“Esse negócios de siliconada e muito decotado está ficando brega”. Palavras de Ronaldo Fraga um dos nossos talentos nacionais. Ufa que alívio! Isso quer dizer que agora as mulheres não vão mais se sentir na obrigação de se parecer com a última gostosa das revistas de tv.
O que não quer dizer que o erotismo passou a ser brega, nada disso. Apenas que, finalmente nos permitirão viver nossa feminilidade da nossa maneira. Ou seja, a sensualidade continua a existir, mas é mais presumida do que exibida. O corpo fica mais preservado embora igualmente erotizado. Como assim?
Bom, vocês já ouviram falar de desejos ocultos não é mesmo? Pois então, daqui pra frente talvez comecemos a trabalhar nossas paixões e desejos de dentro para fora, como aconselhou a estilista Miuccia Prada, precursora dessa tendência dizendo que deveríamos estudar e ler mais... Pois é. Miuccia é otimista.
Não acredito que ex-Barbies ou popuzudas de plantão vão se transformar da noite para o dia em filósofas elegantérrimas. Porém, certamente, o fato de as vitrines pararem de exibir tops minúsculos, transparências impossíveis e micro saias, talvez as ajude a perceber que o buraco, com o perdão do trocadilho chulo é muito mais em cima – no caso, pertinho do cérebro.

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